O seguinte trabalho pode gerar gatilhos emocionais, pois discute depressao, transtornos mentais e suicídio. Por favor, considere o seu bem-estar ao acessá-lo.
Todas as imagens utilizadas neste trabalho são parte dos arquivos de minha família.
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Mesmo tendo passado por uma série de eventos traumáticos em seus corpos - depressão pós-parto, aborto espontâneo, remoção cirúrgica da tireóide e histerectomia - tratamentos adequados não foram oferecidos às matriarcas da minha família. Seus traumas, bloqueios emocionais e hormonais muitas vezes foram indevidamente tratados.
Minha avó teve momentos de depressão debilitantes. Por alguns períodos, a família até mesmo mudou temporariamente para casa de parentes nos momentos em que ela não conseguia manter seu próprio lar. Quando meus avós emigraram do Rio de Janeiro para os Estados Unidos nos anos 50, a depressão que ela sofreu ao longo de sua vida adulta, passou a ser tratada com tranquilizantes. O medicamento Miltown (meprobamate) era livremente prescrito para o tratamento de mulheres em depressão no contexto cosmopolita estadunidense. Este ansiolítico tornou-se disponível no mercado em 1955 e rapidamente se transformou na primeira droga psicotrópica na história dos Estados Unidos a atingir recorde de vendas.
A dependência psicológica e física gerada por este medicamento, mesmo quando tomada nas quantidades indicadas, foi ignorada. Em apenas dois anos esta se tornou a prescrição médica mais vendida nos Estados Unidos mesmo quando o vício se faz notar, especialmente entre artistas de Hollywood. A relação com o cinema foi um dos fatores que contribuíram para Miltown se popularizar.
Em 1967, limites foram impostos no número de prescrições e duração dos tratamentos com Miltown em decorrência da dependência física e psicológica que gera em seus usuários. Em 2012, a União Europeia suspendeu a comercialização desta medicação devido aos graves efeitos colaterais observados. Apesar de ser raramente prescrito hoje em dia, este medicamento chamado informalmente de “pílula da paz” está até hoje disponível no mercado estadunidense.
“… well suited for prolonged therapy.”
- Disclaimer of prescription drug Miltown.
Provavelmente uma das mais extravagantes campanhas de marketing na história da indústria farmacêutica foi criada exatamente para o tranquilizante Miltown. Em 1958, uma instalação de arte em forma de uma crisálida foi produzida por Salvador Dali para a reunião anual da “American Medical Association” em San Francisco. Gala Dali era usuária do medicamento Miltown e sugeriu a colaboração entre Salvador Dali e a empresa farmacêutica. Foram comissionados um catálogo com aquarelas e uma instalação imersiva representando a liberação de ansiedade agora possível através do uso de tranquilizantes.
“Inside a 60-foot ‘Crisalida,’ created by Salvador Dali for the San Francisco Convention of the American Medical Association,” June 23, 1958. Bettmann Collection / Getty Images
“… true butterfly of tranquility”
- Final words of text written by Salvador Dali describing his commisioned work “Crisalida” (1958)
“…through the evils of nightmares to divine and paradisiacal dreams.”
- Salvador Dali describing his commisioned instalation “Crisalida” (1958)
As campanhas de marketing para a droga Miltown tinham médicos como seu principal público. Propagandas eram publicadas em Jornais de Medicina acompanhadas de campanhas de marketing extensas com distribuição de amostras a consultórios, e até mesmo álbuns de vinyl promocionais em que as propriedades do medicamento eram clamados no lado A, e uma música clássica ou canções de natal vinham gravadas no lado B.
Apesar de originalmente esta parte do trabalho ter sido concebida como uma gravação de áudio. Os elementos gráficos e fotografias foram compilados para uma video-instalação no espaço Les Arches Citoyennes em Paris. A exposição coletiva é um resultado do La.boratoire Transatlantique d'Expérimentation - La.Ima sob a curadoria de Ioanna Mello e Olenka Carrasco.
Em 1963 um novo antidepressivo foi lançado no mercado. Minha avó passou a ser prescrita e medicada com Valium, um medicamento com campanhas publicitárias propositalmente direcionadas para o público feminino oferecendo uma solução rápida e fácil para o problema de ser mulher - seja ela a mãe cansada, a executiva estressada ou a solteira à procura de marido. Depois de uma década de campanhas direcionadas ao mercado doméstico e feminino a indústria farmacêutica havia criado seu consumidor ideal - donas de casa aparentemente se tornaram as maiores usuárias de tranquilizantes - as pequenas pílulas até hoje são chamadas de “mother little helpers.”
O Laboratório Carter que produz a medicação Miltown comercializava pílulas chamadas “Little Nerve Pills” desde o final do século XIX com campanhas publicitárias direcionadas especialmente ao público feminino.
“Não permitas que minha pobre cabeça seja atormentada por males que me perturbem a tranqüilidade da vida.”
- Oração a Nossa Senhora da Cabeça, devoção vinda de Andaluzia, Espanha, circa 1227.
Décadas depois, quando minha mãe passou pela sua própria crise depressiva no Brasil, seu diagnóstico foi gerado dentro de um contexto religioso em que origens espiritistas baseadas no sincretismo entre cristianismo, espiritismo e candomblé foram consideradas origem e consequência para os episódios depressivos que ciclicamente testemunhei durante a minha infância. Nem mesmo os extremos efeitos colaterais gerados por tranquilizantes que culminaram em comportamentos suicidas foram controlados.
Ao invés de um tratamento médico promessas e bênçãos foram executadas - incluindo a oferenda de uma cabeça de cera na antiga Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro a “Nossa Senhora da Cabeça” pedindo por uma cura.
“Your thyroid is a butterfly-shaped gland located in the front of your neck.”
-anatomical description
Minha mãe cresceu em Nova York escutando desde os anos 50 pregações católicas do Padre Patrick Peyton muito populares no rádio e televisão. Este mesmo pároco seria financiado pela C.I.A. para instigar fervores anti-comunista pelas ruas do Brasil nas “Marchas da Família com Deus pela Liberdade” em preparação para o golpe militar de 1964.
A doutrina pró-americana veio na mala, junto com o rosário quando meu pai, recém-casado em Nova iorque e pos-graduado em engenharia foi contratado pela General Motors no ABC paulista. Com a aliança no dedo, e a política norte-americana “Aliança pelo Progresso” a todo vapor, minha mãe veio dar à luz em São Paulo. As multinacionais se multiplicavam pelo Brasil, e ela também.
batmacumbaiéié batmacumbaoba
batmacumbaiéié batmacumbao
batmacumbaiéié batmacumba
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“Batmacumba” Caetano e Gil, Gravação Tropicália ou panis et circensis, Philips, R 765.040L (1968).
“Quero perder de vez tua cabeça, Minha cabeça perder teu juízo, Quero cheirar fumaça de óleo diesel ”
Música Cálice, de Chico Buarque e Milton Nascimento.
“Cuidado pessoal, aí vem vindo a veraneio
Toda pintada de preto, branco, cinza e vermelho”
-Música “Veraneio Vascaína”, letra de Renato Russo.
A religiosidade como forma de autoproteção se transforma em uma obsessão para além do corpo-mãe. A inocência da infância passou a ser resguardada a qualquer preço - a mãe se transformou em uma zelote contra corpos em crescimento - enquanto o desequilíbrio emocional minaria aos poucos o controle sobre o seu próprio corpo.
Já que pelas ruas do Brasil liderados pelos militares e a elite, há décadas milhares carregavam o rosário na mão exorcizando o país para se livrar dos corpos daqueles que chamavam de comunistas, o mesclar entre repressão e religião que aos poucos dominava o espaço familiar não parecia tão absurdo. Nem mesmo as medalhas bentas costuradas em nossas roupas.
“só quero agasalhar meu anjo.”
- “Angélica”, Música de Chico Buarque dedicada à Zuzu Angel assasinada durante a ditadura militar.
“Quando a porca torce o rabo
Pode ser o diabo
E ora vejam só.”
- “Bicharia”, disco “Os Saltimbancos” de Chico Buarque
“a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas”
- Oração à Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.
Assim como o amadurecimento do meu corpo, a ditadura era melhor acobertada. O núcleo da família opta por ignorar, por não saber, por não reconhecer a ditadura. Fizeram o mesmo com o transtorno mental. A minimização destas duas histórias acontece até hoje. Minha infância aconteceu durante um regime ditatorial, sem conhecer a história de mulheres como Miriam Leitão, Zuzu Angel, Aurora Marta Nascimento Furtado.
As histórias de centenas de torturados, desaparecidos, aprisionados e mortos que se acumularam durante a ditadura se perderam no eco da propaganda - tudo que eu escutava era: “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.”
“ Fighting for your rights
And the old red, white, and blue ”
- Theme song TV series “Wonder Woman” (1975-1979)
“Você precisa aprender inglês
Precisa aprender o que eu sei”
“Baby” by Caetano Veloso, Gravação Gal Costa, Philips, R 765.098 L (1969).
Cresci em Belo Horizonte completamente abstraída da repressão política que ocorria ao meu redor. Bem ali no centro da cidade ficava um dos principais espaços de encarceramento ilegal durante a ditadura militar. De 1964 a 1985 no prédio do DOPS - Departamento de Ordem Política e Social no centro da cidade na Avenida Afonso Pena, crimes de tortura eram continuamente perpetrados contra aqueles que resistiram ao governo ditatorial em uma sala coberta de cortiça. Qualquer expressão de resistência era abafada e em minha inocência política passou despercebida.
“Às cinco horas na avenida central
Mas as pessoas da sala de jantar
são ocupadas em nascer e morrer”
Panis et Circensis. Song by Gilberto Gil e Caetano Veloso. Marisa Monte. Barulhinho Bom, EMI, 854211 2, 1996.
Depois de 21 anos de ditadura, finalmente elegemos um presidente civil. Ele morreu de repente, um dia antes de tomar posse. Foi a primeira vez que escrevi sobre morte. A segunda vez não escrevi, porque a morte da minha mae não aconteceu. Só foi uma tentativa. Colocamos grades nas janelas do sétimo andar e passamos a admirar a paisagem como se barras ali não existissem. Foi só uma tentativa, e nunca mais. Milagres acontecem.
“em altas dosagens podem levar o indivíduo a ter comportamentos suicidas.”
- contra-indicação em bula de antidepressivos.
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DECLARAÇÃO DE ARTISTA
Neste trabalho tento representar os mecanismos de proteção e resiliência que mulheres em minha família utilizaram para sua sobrevivência ao lidarem com desequilíbrios físicos e transtornos mentais que gradativamente afetaram seus corpos. Expondo suas fragilidades e dependências através de camadas de significados revelo lacunas emocionais, hormonais, sociais e culturais que impediram a maturação destas mulheres em um ambiente de compreensão, cuidado e apoio.
Ao acobertamento das questões do feminino, e aos tabus ligados a seus transtornos mentais se adiciona o contexto geopolítico em que estes corpos estavam inseridos. O translado entre Estados Unidos e Brasil não são experiências traduzíveis por várias gerações da minha família. Como mulheres imigrantes, elas se tornaram vulneráveis à ideologias políticas, retóricas sociais e doutrinações religiosas.
Através de intervenções insiro uma constante tensão em fotografias do arquivo de minha família para representar a lacuna de referências emocionais disponíveis em minha herança matrilinear. Demarco momentos em que políticas internacionais, estratégias sociais e endoutrinação culturais perpassam mulheres em minha linhagem familiar levando-as a perder possessão de seus próprios corpos. O arquivo de família se torna evidência da eventual e inevitável perda de autonomia sofrida por corpos e territórios onde silêncio e repressão imperam.
Esta falta de referências para lidar com o meu próprio amadurecimento e as naturais flutuações emocionais e hormonais que culminam na transmutação em um ser feminino maduro, se misturam à abstração da realidade política em que eu co-existia. As lacunas emocionais mimetizam, quando contextualizadas dentro da temporalidade de um governo ditatorial, as lacunas históricas que corpos ocupando espaços sob censura e opressão podem vir a carregar.
“…aqueles que escolhem o mal menor, a omissão, o testemunhar em silêncio, muitas vezes se esquecem de que ainda assim optaram pelo mal.”
-Heloisa M. Starling
Esta série foi parte da exposião coletiva La Chair du Tourbillon em Junho de 2024, no espaço artístico Les Arches Citoyennes, em Paris.
Esta exposição é resultado do La.ima - La.boratoire Transatlantique d’Expérimentation e do seu principal programa Gender&Body. Este programa europeu expandiu-se para incluir o trabalho de artistas da América Latina. As obras de 11 artistas foram produzidas, amadurecidas, exploradas e ganham vida graças ao apoio de La.ima e ao seu princípio de construção coletiva. A curadoria é de Ioana Mello. A direção da pesquisa é liderada por Oleñka Carrasco.
AMERI_CANA
DEPRESSÃO. POSSESSÃO. REPRESSÃO. faz parte de uma série de trabalhos chamada AMERI_CANA em que estou explorando espaços entre mito e realidade, contos e memória, história e fábulas. Nestes casos de família, o inacabado traçado da diáspora de inúmeras gerações deixam lacunas que acolhem a imaginação e ilusórias fantasias de identidade, enquanto documentos históricos eliminam qualquer minimização de nossos ancestrais papéis coloniais - do nordeste do Brasil ao nordeste Estado Unidense - da cana à um sonho de Norte-América.
REFERÊNCIAS
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